Salpicos de Porto

Custou-me tanto fazer a mala...raios. (E eu que até comprei uma mala nova a pensar que podia passeá-la por aí vaidosa.) Embora permanecesse sempre a sensação que voltaste comigo, não só no cheiro das roupas que estão (ainda) dentro da mala, mas essencialmente no meu coração, metade do meu coração ficou nas tuas mãos. E ainda bem que assim aconteceu, pois estarei sempre descansada que pelo menos essa metade está bem cuidada. A outra metade... (desculpa amor) fui obrigada a trazer pelo imperativo de sobreviver. Confesso que por vezes a minha pouca criatividade me trai para conseguir montar o meu raciocinio da forma mais clara e perceptível possível. Há dias assim. Dias quando os sentimentos se amontoam e misturam. Nessas alturas torna-se difícil para mim decantar e degustar, exclusivamente, uma por uma as mil emoções que passam pela minha pele numa fracção de segundos.
Arrepios de memória.
Esperar de novo.
Gosto de ficar a pensar-Te antes de Me adormecer. Fico enternecida de mimos. Recordar aquela magia dos corpos envolvidos no mesmo prazer, no mesmo calor, na mesma humidade de desejo e paixão. Fico embevecida de sonhos que eriçam a pele. Perco-me nas horas que tento desenhar com tanta perfeição as linhas do teu corpo e o mapa dos teus sinais. Adoro o teu corpo e os teus sinais, já to tinha dito. Mergulhamos num beijo profundo.
E o abraço...?
Aquelas mãos que nos seguram a face, a cabeça, as costas...Aquelas, as minhas e as tuas entrelaçadas...embaraçadas na força expressa do desejo. E quando Te olho nos olhos, com olhos de te ver, fixamente, vejo aquilo que tanto aprecio e me traz paz. A sinceridade pura, a genuinidade ainda intacta. E naquele momento somos inocentes. O coração cresce.
Um autêntico tesouro.
É assim que todos os dias Te mimo: "às escondidas" enquanto Te penso quando não estás perto de mim e fico à tua espera, sempre ao som músicas que vão escrevendo a nossa história.
És linda.
(Às vezes gostava de me saber exprimir melhor...mas neste momento tudo o que se me transfigura são ideias soltas que não páram de rasgar o meu sorriso de menina, (às vezes Mulher) apaixonada.)